O Brasil, que enfrentou uma grande epidemia de dengue em 2024, está adotando novas medidas para se antecipar ao próximo período de alta da doença. Para isso, o Ministério da Saúde instalou, no último dia 9 de janeiro, o Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses, com o objetivo de coordenar as ações de combate e prevenção em todo o país. A iniciativa busca integrar as ações de estados, municípios, instituições científicas e outros setores governamentais para enfrentar de maneira mais eficiente os surtos da doença.
Ações Preventivas e de Resposta
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a principal missão do COE será se antecipar ao período sazonal da dengue, adequando a infraestrutura da saúde para um atendimento mais rápido e eficaz. A estratégia também foca na mitigação de riscos, com ações que visam evitar o aumento de casos e óbitos, especialmente em áreas mais vulneráveis.
“Nosso objetivo é não apenas combater a dengue, mas também garantir que, caso ocorram surtos, as redes de saúde estejam preparadas para atender a população com agilidade e qualidade”, explicou Nísia.
Entre as principais ações anunciadas estão a ampliação de medidas preventivas e o fortalecimento da articulação entre os diversos níveis de governo para enfrentar situações críticas de forma coordenada. Além disso, foi lançado um novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, que contempla uma série de estratégias de prevenção e controle dessas doenças.
Expansão do Método Wolbachia
Uma das inovações que serão ampliadas no Brasil em 2025 é o método Wolbachia, que utiliza uma bactéria para infectar os mosquitos e reduzir a transmissão do vírus da dengue. Em 2024, o método foi utilizado com sucesso em algumas cidades, como Niterói, no Rio de Janeiro, onde houve uma redução significativa nos casos de dengue. A previsão do Ministério da Saúde é expandir essa técnica de três para 40 cidades em todo o país.
Além disso, outra ação importante será a implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas, uma medida inovadora que visa combater a proliferação do mosquito de forma sustentável.
Controle do Mosquito e Educação
O governo também está investindo em novas tecnologias para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Entre essas iniciativas, destaca-se a instalação de cerca de 150 mil estações disseminadoras de larvicidas, que serão distribuídas nas áreas mais críticas, como escolas, creches e asilos, locais com grande circulação de pessoas. As estações de larvicidas têm o objetivo de prevenir a proliferação do mosquito, agindo diretamente nos focos de reprodução.
Além disso, o uso do Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI), um tipo de bactéria que mata as larvas do mosquito, também será intensificado, principalmente nas regiões com maior incidência de casos.
A Vacinação Contra a Dengue
Outro ponto crucial no combate à dengue é a vacinação. O governo federal já adquiriu um total de 9,5 milhões de doses de vacina contra a dengue para 2025, com foco em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, grupo considerado de maior risco. No entanto, em 2024, cerca de 3 milhões de doses ainda estavam disponíveis nos estados e municípios, sem serem aplicadas. A meta é intensificar a imunização para proteger esse público, especialmente após os alarmantes números de 2024, quando o Brasil registrou 6,4 milhões de casos prováveis de dengue e mais de 6 mil mortes pela doença.
O Desafio do Ano de 2024
O cenário de 2024 foi preocupante. A epidemia de dengue registrada no ano passado foi a maior da história do Brasil, com um número de casos muito superior ao esperado. Em 2025, até o início de janeiro, já foram notificadas 10 mil ocorrências da doença e 10 óbitos sob investigação. Esses números refletem a necessidade urgente de medidas eficazes para conter o avanço da dengue, sobretudo nas regiões mais afetadas.
Em resposta a esse aumento de casos, o Ministério da Saúde reforça a importância das ações de prevenção, como a eliminação de criadouros de mosquitos, o uso de repelentes, e a conscientização da população sobre a necessidade de proteger seus lares.
O Brasil está adotando um conjunto de ações para se antecipar à próxima temporada de dengue. Com o reforço de estratégias como a ampliação do método Wolbachia, o uso de larvicidas, a vacinação e o monitoramento constante, o governo busca reduzir a transmissão da doença e proteger a saúde da população. A participação ativa da sociedade, no entanto, continua sendo essencial. Eliminar focos de água parada, usar repelentes e seguir as orientações de saúde pública são atitudes que podem fazer toda a diferença na luta contra a dengue.
Fonte: Portal da Cidade Cianorte
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